5 de dez. de 2007

A Feira da Providência é um inferno!


Hoje, acompanhado de meu amigo Tarcísio Passos, cometi a insanidade de comparecer à Feira da Providência. Pensei: vou chegar cedo, no primeiro dia, e terei a tranquilidade de comprar logo os melhores vinhos. Qual o quê!

Um calor de fazer inveja à Expovinis! Ouvi rumores de que uma comissão paulista está vindo ao Rio para aprender a técnica de matar consumidores assados mais rapidamente! Nos corredores, o calor era africano. Nos estandes, com a iluminação feérica, era a própria sucursal do inferno. Não combina em nada com um evento promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro!

E os cartões de crédito? Consumidores e comerciantes praguejavam sem parar contra a comunicação que não funcionava! Todas as tentativas de passar um cartão resultavam na fatídica mensagem: "Falha TCP/IP", que sabe-se lá o que significa. Nada era autorizado e as filas não paravam de aumentar! É bom lembrar que esse problema foi exatamente o mesmo ocorrido na edição do ano passado. Parece que a Arquidiocese não está muito preocupada com o conforto dos consumidores!

Mas se houvessem bons vinhos, a gente suportaria qualquer coisa! Nem isso! A barraca da Itália era sofrível. Apenas vinhos de baixa gama, de produtores obscuros! A de Portugal, também não ficava atrás! Até tinha um Cartuxa por lá, mas a 75 reais era mais caro do que as usuais promoções dos Supermercados Mundial.

As barracas do Líbano, da Áustria, da Alemanha e dos Estados Unidos não ofereciam vinhos! E não havia barracas do Chile, da Argentina, do Uruguai, da África do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia. Para piorar, a barraca da França ainda não havia recebido os vinhos! Para os enófilos, um deserto! Fazer o quê?

Apenas a barraca da Espanha, oferecendo vinhos da Importadora Península, se destacava em meio à mediocridade generalizada. Infelizmente, a barraca era tão pequena, tão quente e tão lotada, que era impossível ficar analisando as variadas ofertas de vinho que havia. Uma pena!

No dispensável supermercado, onde tudo o que há de pior estava disponível, encontrei meu esbaforido amigo Aguinaldo Aldighieri. Mas ele me contou que a barraca da França tinha uma lista de preços dos vinhos que iriam chegar, com barganhas do tipo Pomerol a 70 reais! Era só encomendar. O grande problema era que você deveria voltar na sexta-feira para buscar seus vinhos! Nem que a vaca tussa eu volto aos domínios de Satanás!

A única coisa em que nós pensávamos era sair de lá e desfrutar de um ar condicionado. Portanto, limitamos nossa visita às barracas dos países produtores de vinho. E uma rápida passada pelos estados do Rio Grande do Sul, onde também não havia vinhos, e de Minas Gerais, onde surpreendentemente, não havia nenhum produto alimentício!

Mas posso dizer que um destaque era a barraca da Nostrosul, de Erechim-RS, com alguns salames, copas e picanhas bem interessantes!

Fora isso, se você caísse do céu dentro de qualquer outra barraca, poderia jurar que estava no Camelódromo da Uruguaiana! Durante o incêndio!

4 comentários:

Joubert Aragao disse...

É meu enoamigo Oscar, eu já sabia destas notícias e este ano nem me interessei em ir.
Quem perde? As entidades que são todos os anos assistidas com as verbas conseguidas no evento e logicamente nós garimpeiros de bons vinhos.
Quem sabe ano que vem volte o que a 46 acontecia.
Enoabraços.

Oscar Daudt disse...

Joubert,

Você é um otimista irrepreensível! Eu já acho que ano que vem será pior...

Um abraço.

Oscar Daudt

Anônimo disse...

Além de quente, sem nenhuma estrutura é imundo. No ano passado ví inúmeras pessoas com crise alérgica devido ao excesso de poeira no recinto! Aquilo é uma vergonha e a cara do Brasil, sem vergonha!

Anônimo disse...

Joubert
Infelizmente ano a ano, vem peorando este evento, que a muitos idos tempos passados , foi um dos mais importantes do Rio.
Acontece, que a falta de visäo dos organizadores do evento, é que vem enterrando ano a ano a feira, fora os canhestros e duvidosos atos administrativos dos organizadors do mesmo.

J.Bittancurt