27 de dez. de 2007

Uma super-adega!



Eu, em minha casa, tenho uma adega Art des Caves para 40 garrafas e mais uma geladega, que eu mesmo fiz, na qual cabem outras 130. Sempre achei que tinha espaço demais. Mas essa semana, de repente, comecei a achá-las umas miniaturas!

Durante minha estada em Porto Alegre, fui convidado para conhecer a adega de um dos mais destacados enófilos gaúchos, o empresário Aldo Giulian. É uma super-adega para 4.000 garrafas! Dentro, é claro, um grande armário para espumantes!

Bem, mais impressionante do que a adega em si, é o ambiente em que ela se encontra! É um enorme salão de uns 150 m2, inteiramente dedicados ao hedonismo! Tem um enorme umidor e uma geladeira embutida, de porta transparente, só para cervejas! Um espaço para degustação com confortáveis poltronas. Um forno de pizza e uma parrilla. Tem mesa de bilhar. E muitos sofás para se relaxar e aproveitar as coisas boas da vida!

E, dentro do salão, uma piscina para quando se exagera na dose!

Aldo, sabedor de minhas preferências enófilas, gentilmente serviu um possante Amarone della Valpolicella Classico, que degustamos em meio a boas conversas sobre os vinhos que ele mantém em sua adega.

A administração é impecável, pois Aldo contratou um sommelier para organizar os vinhos e manter uma base de dados com a localização precisa dos vinhos armazenados.

Nas prateleiras, muito embora se encontre vinhos de quase todos os países produtores, os grandes destaques são os vinhos italianos, para bem honrar a origem de Aldo: Barolos, Brunellos, Super-toscanos e, obviamente, muitos e muitos Amarones, pois ele também compartilha comigo o gosto por esses potentes vinhos do Veneto!

Num lugar assim, eu gostaria de ficar para sempre! Mas infelizmente eu tinha um compromisso e a visita foi curta: apenas o tempo de uma garrafa.

Decididamente, o mundo não é justo!

As mais belas tortas de Porto Alegre


Porto Alegre é uma cidade com grande tradição em doces, devido a suas origens portuguesas - para quem não sabe, minha cidade foi fundada por 60 casais de açorianos!

Essa tradição foi mais tarde enriquecida pela imigração alemã, que introduziu novas receitas e ingredientes, resultando em uma cultura de doces toda especial. São inúmeras as confeitarias e as doceiras que oferecem tortas maravilhosas!

Pois nesse cenário extremamente competitivo, eis que, do nada, há cerca de 2 anos apareceu um confeiteiro chileno, Diego Andino, que em pouco tempo tomou conta do mercado com produtos de um requinte inigualável. Hoje em dia, festa que se preze, só com tortas assinadas por ele.

Suas produções são verdadeiras obras de arte, conforme pode ser visto nas fotos que tirei das tortas de nosso Natal. Olhem só o detalhe abaixo:

Infelizmente, a única forma de comprá-las é viajar a Porto Alegre e voltar com elas em baixo do braço. Diego não tem filiais e nem faz entregas aéreas para outras cidades.

Esperemos que essa situação seja apenas temporária...

Se você desejar visitar o site do Diego Andino, clique aqui.

19 de dez. de 2007

18 de dez. de 2007

A degustação pornográfica foi ao ar...

A jornalista Danúsia Bárbara comanda um programa de enogastronomia, diariamente, na Rádio CBN, sempre às 11:30h. Chama-se CBN Sabores.

Pois para a minha alegria, o programa do dia 18 de dezembro foi totalmente dedicado à degustação pornográfica do EnoEventos!

Só a Danúsia mesmo para conseguir levar ao ar uma seleção de vinhos com nomes tão problemáticos!

Uma coisa é escrever; outra, muito mais complicada, é verbalizar! Pois ela conseguiu fazer um relato com muita picardia, mas sem infringir os estatutos da gafieira!

Para quem ficou curioso de saber o que foi falado, a CBN disponibiliza na Internet, quase que imediatamente, a cópia do programa. Bom para nós!

Clique aqui para ouvir!

Beba vinho, mas cuide de sua saúde


Foi publicada, no página da BBC News, uma matéria sobre o risco do consumo excessivo de álcool para a saúde.

O que normalmente se encontra nesse tipo de artigo são recomendações do tipo "no máximo 2 taças de vinho por dia"! Isso, é claro, não quer dizer grande coisa, pois óbviamente a quantidade de álcool ingerida vai depender do tamanho da taça e da quantidade de vinho que se serve! Era muito fácil usar uma taça do tipo Bordeaux, daquelas bem grandes, e encher até em cima. Ou fazer como o engraçadinho aí da foto! As recomendações médicas estavam atendidas.

O novo estudo detona esses subterfúgios! A ingestão máxima recomendada é de 21 unidades para homens e de 14 unidades para as mulheres.

Mas o que é uma unidade?

Bem, considerando vinhos com teor alcoólico médio de 12,5% (em que mundo eles vivem???) , a quantidade de unidades é:

taça pequena (125 ml): 1,5 unidades
taça média (175 ml): 2 unidades
taça grande (250 ml): 3 unidades
garrafa (750 ml): 9 unidades

Concluindo: os homens podem beber, com segurança, 2 garrafas e mais 1 taça grande por semana; as mulheres, coitadas, apenas 1 garrafa e mais 1 taça grande e 1 taça média!

Você está seguindo à risca essas recomendações?

17 de dez. de 2007

Feliz Natal

O EnoEventos deseja a todos os seus leitores um Papai Noel igualzinho a esse aqui!

12 de dez. de 2007

Prosecco em lata

Mais uma postagem da série de embalagens modernosas: uma empresa alemã, a RICH Sales & Marketing GmbH, acaba de lançar no mercado internacional, o Prosecco Rich, o espumante da região italiana do Veneto, em lata!


Além do espumante normal, com 10,5% de álcool, existem as versões Passion (com sabor de maracujá) e Royal (com sabor de morango e cassis), ambas com apenas 6,5% de álcool. Sem nem ao menos provar, já emito minha opinião sobre essas duas últimas: ARGHHHHH!

OK, mas se a matéria é sobre Proseccos, por que a foto da modelo desnuda? Há uma explicação: a foto é nada mais, nada menos, do que da milionária Paris Hilton, em uma peça publicitária para o lançamento do RICH Prosecco!

Tudo a ver com o nome do espumante!

Champagne rosé está na moda!

Um de meus gurus, Eric Asimov, colunista do New York Times, publicou um artigo sobre o consumo de Champagnes rosés nos Estados Unidos. O crescimento é espantoso!

Enquanto em 1998, os rosés representavam apenas 1,8% das importações totais de champagne, em 2006 esse percentual atingiu 8,4%.

O crescimento de 1995 para 2006 foi de mais de 700%. E apenas de 2005 para 2006, o crescimento foi de 47,5%! É um mercado em franca expansão! E o mais espantoso é que os rosés são consistentemente mais caros do que os seus irmãos brancos da mesma marca!

Analisando as duas alternativas, Eric verificou que, normalmente, os rosés apresentam menos complexidade do que os champagnes normais. Por que então toda essa onda?

Nem sempre as pessoas fazem a escolha mais racional! As emoções têm muito mais importância no processo de decisão! E, vamos combinar, os champagnes rosés são muito mais bonitos!

Vou aproveitar a matéria e passar a dica de Rogério Rebouças, o blogueiro do sul da França, não de um champagne, mas um Crémant de Limoux rosé: o Aimery Cuvée está bem em conta nos Supermercados Zona Sul. De 39,96 por 36,80 reais. Vá correndo e embeleze sua mesa de fim-de-ano!

11 de dez. de 2007

Harmonização de espumantes

Na mais recente edição da Wine Spectator, o colunista Sam Gugino apresenta uma interessante e educativa matéria sobre harmonização com espumantes.

Lá como cá, existe a tendência de a maioria das pessoas só pensarem nas borbulhas para brindar em uma ocasião especial, principalmente na passagem do Ano Novo. Mas o espumante é um vinho e pode e deve ser bebido em qualquer situação e acompanhando qualquer refeição.

Harmonizar uma refeição inteira com espumantes é um exercício bem divertido. A teoria é a mesma dos vinhos tranqüilos: comece com os mais leves, passe para os mais encorpados e finalize com alguma coisa doce.

Para se entender esse posicionamento dos espumantes, a coluna publica uma tabela com esses vinhos apresentados em ordem de corpo, do mais leve ao mais encorpado, oferecendo algumas sugestões de harmonização:

TipoHarmonização
ProseccoPalitinhos de queijo, saladas
CavaPeixe grelhado, lagosta
Blanc de BlancsCaviar, sushis e sashimis
Brut não-safradaPeixe defumado, aves e carnes leves grelhadas
Champagne safradaPresunto, cordeiro
RoséPato, salmão
DoceQueijos, torta de chocolate

 
Pronto! Agora você já sabe e pode exibir seus conhecimentos surpreendendo seus amigos com um jantar inteiramente regado a deliciosos espumantes!

10 de dez. de 2007

Preços lá e cá

Vejam só como são as coisas!

O site americano Cheap Wine Ratings é especializado e analisar vinhos baratos. A última indicação deles é o vinho Casa Lapostolle Cabernet Sauvignon 2005, do qual falam o seguinte:

"O nariz é muito agradável com tabaco, cereja e cassis. Amora, ameixa e uma ponta de morango enchem a boca com uma sensação aveludada e um final prolongado, com algum tostado."

E deram 89 pontos para ele. Nada mal, não é?

O único problema é que, enquanto nos Estados Unidos esse vinho custa 10 dólares (18 reais, preço de um Santa Helena nos nossos supermercados), aqui no Brasil a Mistral vende o mesmíssimo vinho por 23,50 dólares (cerca de 42 reais)...

Assim já não dá para chamar de vinho barato!

8 de dez. de 2007

ABS na Serra Gaúcha - Tanoaria Mesacaza - por Ahnis Fraga

Já imaginou como as barricas são arqueadas? E os aros que fixam as madeiras que não levam NADA para “colá-las”? Até mesmo no encaixe da tampa que veda a barrica, nada de cola. E a tosta que proporciona tantos aromas aos vinhos? Já imaginou como ocorre?

Conhecer tudo isso mais as tantas "engenhocas" que, hoje em dia, reduziram o tempo de produção de uma única barrica para algumas muitas ao dia, faz parar para pensar como tudo era feito há séculos atrás.

A seqüência de imagens é da confecção de uma barrica, da formatação até a sua tosta. Alguns minutos de um trabalho que, segundo o tanoeiro e proprietário Eugenio Mesacaza de uma tradicional família de imigrantes, levava dias e envolvia muitas pessoas.

Estes aros, colocados pela máquina em segundos, para ficar ajustado absorvia tempo e energia de muitas pessoas. Marteladas substituídas por braços mecânicos precisos.



Este equipamento pode ser regulado para dar à madeira a tosta necessária. É o “grau” da tosta
que atribuí ao vinho – através de uma série de reações químicas do vinho em contato com a madeira, claro – aromas de caramelo, baunilha, chocolate mais ou menos intensos.

Impressiona a busca constante do Sr Eugenio pela melhoria de seu trabalho. Segundo ele, para confeccionar esta máquina de tosta da barrica, foram feitas algumas viagens ao exterior, muitos livros e, mais que isso, contaram com a inventividade de brasileiros que adaptaram muitas ideias à nossa realidade.

Vale conhecer e ver o trabalho dos Mesacaza!



ABS na Serra Gaúcha - Miolo - por Ahnis Fraga

Dias 08 a 11 de Novembro de 2007

Enfoque: Conhecer seus vinhos, instalações, métodos de fabricação e vinhedos.

Durante toda a viagem, contamos com as explicações e excelentes observações de Ricardo Farias (ABS) que nos acompanhou nesta fantástica viagem.

Como foi dito, assim que chegamos a Bento Gonçalves, por Ricardo Farias, “estamos numa região do Brasil que dá certo”. E como funciona esta região do Brasil!

Um pouco antes de chegar à entrada da Miolo, um novo empreendimento: o Villa Europa Hotel & Spa do Vinho Caudalie Vinothérapie (http://www.villaeuropa.com.br/spa/). Comecei a imaginar banhos de vinho, banho em barrica – uma espécie de enoofuro. Vimos apenas de longe, mas impressiona...

Ao chegar, fomos conduzidos por um enólogo da Miolo – vale observar que ele tem 23 anos e uma desenvoltura e conhecimento técnico de alguém com muita experiência – para conhecer as instalações. Começamos por um vinhedo em frente à entrada.

Olhar as instalações da Miolo surpreende. Definiria como tecnologia aliado à ousadia. Requinte. Detalhes que fazem da Miolo uma das representantes de grande destaque no mundo dos vinhos no Brasil.

A entrada impressiona pelo cuidado desde os vinhedos até as instalações de elaboração.

Conduzidos à sala de degustação - pelo caminho pude observar detalhes da estória da familia -, fomos agraciados com alguns vinhos que ainda estão em fase de elaboração, sem rótulo ou mesmo 100% definido.

Experimentamos nada menos que DEZESSEIS vinhos! Cada um com uma expressão diferente, uns quase travavam na língua pelos taninos tão “duros” – eu definiria taninos com excesso de juventude que não deixa o vinho se expressar bem.

Experiência única: provar o Lote 43 2005 que tem data prevista de lançamento apenas em Agosto de 2009! Lote 43 reafirmou sua excelência!

Transitar pela cave é ver um mundo de vinhos, sentir aroma de madeira das barricas. Os vinhos especiais, que não são comercializados – caso de algumas garrafas do Lote 43 em garrafas especialíssimas, quase do meu tamanho, encomendadas para festas para lá de especiais - é vivenciar parte de um processo que o enófilo deveria conhecer, pois é uma sensação impar. Cada casa/produtora tem sua particularidade. Tem seus encantos.

A Miolo impressiona por suas instalações modernas, tecnologia presente em cada etapa e por conservar tanto sua história como a Osteria Mamma Miolo. História viva!

Segundo informaram, a Osteria funciona no local que foi a primeira casa da família.

Nosso almoço, um caso a parte – pequenas delicias típicas do local! Nada me impressionou mais que o delicioso “pien” – uma massa cozida com carnes suína, frango e outras, queijos fortes como parmegiano, pão e outros segredinhos – com Merlot Terroir 2005.

A viagem estava apenas começando....


6 de dez. de 2007

Carvalho espanhol

Na última edição da Revista da Sociedade da Mesa há uma matéria bem interessante sobre o uso de carvalho espanhol (de Navarra) para o envelhecimento de vinhos.

Pesquisadores fizeram uma experiência com vinhos da DO Rioja, envelhecendo-os em barris de carvalho francês, carvalho americano e carvalho espanhol, durante um ano.

Para a surpresa dos pesquisadores, o vinho guardado em carvalho espanhol apresentou níveis de polifenóis e aldeídos bastante superiores aos dos outros dois barris. Na prova de degustação, o vinho do carvalho espanhol também superou os demais, tanto no aspecto olfativo, quanto no gustativo.

Tudo a ver, não é? Quem não gostaria de experimentar um vinho espanhol envelhecido em carvalho espanhol?

Mas, infelizmente, a coisa não poderá ser assim! Simplesmente não existem bosques de carvalho espanhol que permitam uma produção comercial de barricas.

Afinal de contas, por que será que fizeram essa pesquisa?

5 de dez. de 2007

A Feira da Providência é um inferno!


Hoje, acompanhado de meu amigo Tarcísio Passos, cometi a insanidade de comparecer à Feira da Providência. Pensei: vou chegar cedo, no primeiro dia, e terei a tranquilidade de comprar logo os melhores vinhos. Qual o quê!

Um calor de fazer inveja à Expovinis! Ouvi rumores de que uma comissão paulista está vindo ao Rio para aprender a técnica de matar consumidores assados mais rapidamente! Nos corredores, o calor era africano. Nos estandes, com a iluminação feérica, era a própria sucursal do inferno. Não combina em nada com um evento promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro!

E os cartões de crédito? Consumidores e comerciantes praguejavam sem parar contra a comunicação que não funcionava! Todas as tentativas de passar um cartão resultavam na fatídica mensagem: "Falha TCP/IP", que sabe-se lá o que significa. Nada era autorizado e as filas não paravam de aumentar! É bom lembrar que esse problema foi exatamente o mesmo ocorrido na edição do ano passado. Parece que a Arquidiocese não está muito preocupada com o conforto dos consumidores!

Mas se houvessem bons vinhos, a gente suportaria qualquer coisa! Nem isso! A barraca da Itália era sofrível. Apenas vinhos de baixa gama, de produtores obscuros! A de Portugal, também não ficava atrás! Até tinha um Cartuxa por lá, mas a 75 reais era mais caro do que as usuais promoções dos Supermercados Mundial.

As barracas do Líbano, da Áustria, da Alemanha e dos Estados Unidos não ofereciam vinhos! E não havia barracas do Chile, da Argentina, do Uruguai, da África do Sul, da Austrália e da Nova Zelândia. Para piorar, a barraca da França ainda não havia recebido os vinhos! Para os enófilos, um deserto! Fazer o quê?

Apenas a barraca da Espanha, oferecendo vinhos da Importadora Península, se destacava em meio à mediocridade generalizada. Infelizmente, a barraca era tão pequena, tão quente e tão lotada, que era impossível ficar analisando as variadas ofertas de vinho que havia. Uma pena!

No dispensável supermercado, onde tudo o que há de pior estava disponível, encontrei meu esbaforido amigo Aguinaldo Aldighieri. Mas ele me contou que a barraca da França tinha uma lista de preços dos vinhos que iriam chegar, com barganhas do tipo Pomerol a 70 reais! Era só encomendar. O grande problema era que você deveria voltar na sexta-feira para buscar seus vinhos! Nem que a vaca tussa eu volto aos domínios de Satanás!

A única coisa em que nós pensávamos era sair de lá e desfrutar de um ar condicionado. Portanto, limitamos nossa visita às barracas dos países produtores de vinho. E uma rápida passada pelos estados do Rio Grande do Sul, onde também não havia vinhos, e de Minas Gerais, onde surpreendentemente, não havia nenhum produto alimentício!

Mas posso dizer que um destaque era a barraca da Nostrosul, de Erechim-RS, com alguns salames, copas e picanhas bem interessantes!

Fora isso, se você caísse do céu dentro de qualquer outra barraca, poderia jurar que estava no Camelódromo da Uruguaiana! Durante o incêndio!