Eu sempre achei estranha a lista dos melhores restaurantes para enófilos, organizada pela prestigiada revista Wine Spectator.
Na edição de 2007, por exemplo, os restaurantes brasileiros indicados limitavam-se a diversas churrascarias paulistas e, no Rio, apenas o Laguiole. Estlanho, não, Charlie Chan?
Pois agora, os rígidos critérios de seleção da revista vieram a tona! O escritor e crítico Robin Goldstein passou da fase da curiosidade para a ação e criou um restaurante fictício, a Osteria L’Intrepido, e enviou à Wine Spectator o cardápio, a carta de vinhos e pagou a taxa de 250 dólares.
Isso foi o suficiente para que seu inexistente restaurante de Milão fosse agraciado com o Wine Spectator Award of Excellence!
Mas o mais impressionante e o que serviu para detonar de vez os critérios utilizados pela revista é que a falsa carta de vinhos foi montada com os rótulos italianos que, ao longo de 20 anos, obtiveram as piores avaliações sabem de quem? Isso mesmo, da Wine Spectator!
Eis a carta de vinhos submetida com as avaliações que os vinhos receberam:
I rossi italiani “riserva” della nostra cantina
AMARONE CLASSICO 1998 (Veneto) Tedeschi 80,00 €
Wine Spectator rating: 65 points. “…Not clean. Stale black licorice…”
AMARONE CLASSICO “LA FABRISERIA” 1998 (Veneto) Tedeschi 185,00 €
Wine Spectator rating: 60 points. “…Unacceptable. Sweet and cloying. Smells like bug spray…”
AMARONE CLASSICO “GIOÉ” 1993 S. Sofia 110,00 €
Wine Spectator rating: 69 points. “…Just too much paint thinner and nail varnish character…”
BARBARESCO ASIJ 1985 (Piemonte) Ceretto 135,00 €
Wine Spectator rating: 64 points. “…Earthy, swampy, gamy, harsh and tannic…”
BAROLO 1990 (Piemonte) Az. Agr. GD Vajra 140,00 €
Wine Spectator rating: 64 points. “…Earthy, musty, lacking in charm…”
BAROLO RISERVA 1982 (Piemonte) Bruno Giacosa 250,00 €
Wine Spectator rating: 72 points. “…Agressive [sic] tannins that are sharp and harsh…”
BAROLO “ZONCHERA” 1994 (Piemonte) Ceretto 120,00 €
Wine Spectator rating: 74 points. “Quite disjointed…a coarse, chewy texture and an astringent finish. Hard to tell if it will ever come around…”
BRUNELLO DI MONTALCINO RISERVA 1996 (Toscana) Gianfranco Soldera 235,00 €
Wine Spectator rating: 74 points. “…Turpentine. Medium-bodied, with hard, acidic character. Disappointing…”
BRUNELLO DI MONTALCINO “LA CASA” 1982 (Toscana) Tenuta Caparzo 200,00 €
Wine Spectator rating: 67 points. “…Smells barnyardy and tastes decayed. Not what you’d hope for…”
BRUNELLO DI MONTALCINO 1993 (Toscana) Tenuta Caparzo 180,00 €
Wine Spectator rating: 80 points. “…A bit lacking in concentration, but with pretty, round tannins and a soft finish…”
BRUNELLO DI MONTALCINO RISERVA 1995 (Toscana) Tenuta Caparzo 135,00 €
Wine Spectator rating: 81 points. “…The palate is light-bodied with a slightly diluted finish. Light for the vintage. Rather disappointing for this producer…”
CABERNET SAUVIGNON “I FOSSARETTI” 1995 (Piemonte) Poderi Bertelli 120,00 €
Wine Spectator rating: 58 points. “Something wrong here. Of four samples provided, two were dark in color, but tasted metallic and odd…”
SASSICAIA 1976 (Toscana) Tenuta San Guido 250,00 €
Wine Spectator rating: 65 points. “…Even Sassicaia could not apparently escape the wet weather of this memorably bad vintage in Tuscany. It lacks harmony, having oxidized…”
SASSICAIA 1980 (Toscana) Tenuta San Guido 280,00 €
Wine Spectator rating: 77 points. “…Light, watery and diluted vanilla and milk chocolate character…”
SASSICAIA 1995 (Toscana) Tenuta San Guido 300,00 €
Wine Spectator rating: 90 points. “…Rich in currant, blackberry, dried herbs and tanned leather…”
20 de ago. de 2008
18 de ago. de 2008
Um rito de passagem
Para mim, foi mais do que uma degustação. Foi um rito de passagem!
Participar da degustação de 5 safras de um mito como o Château Mouton Rotschild é uma coisa que mexe com a cabeça de qualquer um! Mesmo que tenha sido uma participação meteórica, já que a sexta-feira foi um dia inusitadamente pródigo em eventos.
Eu, que nunca havia chegado perto de uma garrafa dessas, de repente, de uma vez só, me vejo frente a frente a 5 delas, me chamando, é emoção tal que os de coração mais fraco talvez não resistissem...
O Projeto Verticais, da Importadora Vitis Vinifera, já existe há mais de 3 anos, tendo organizado mais de 40 eventos excepcionais, como esse que tive a oportunidade de participar.
A ocasião era tão especial que a condução da degustação coube a ninguém menos do que Euclides Penedo Borges, presidente da ABS, que foi apresentando aos participantes as safras de 2004, 2002, 1998, 1985 e 1978!
É claro que, depois de uma ocasião como essa, nunca mais poderei beber vinhos da mesma maneira!
14 de ago. de 2008
Vinhos para a Lei Seca
As Bodegas Torres, a grande vinícola espanhola, lançou naquele país um vinhos perfeito para os novos tempos brasileiros: o primeiro vinho sem álcool (ou quase, 0,5% de teor alcoólico).
O lançamento ocorre poucos meses depois que a vinícola Casa de la Ermita, de Jumilla, apresentou o primeiro vinho de baixa graduação (6,5% de álcool): um tinto chamado de Altos de la Ermita, corte das castas Monastrell, Tempranillo e Petit Verdot.
Ambas são iniciativas que enfrentam a queda de consumo de vinho em bares e restaurantes devida ao medo que o bafômetro vem despertando nos motoristas espanhóis. Lá como cá...
Um dos problemas que os novos produtos vão enfrentar reside no próprio nome de vinho, tendo em vista que a legislação européia exige um mínimo de 9% de álcool (com algumas exceções) para que uma bebida seja assim identificada.
A Casa de la Ermita esclarece que o baixo teor alcoólico de seu produto se deve ao stress hídrico a que submete os vinhedos, explicação que despertou um certo ceticismo. O vinho da Torres, batizado como Natureo, por outro lado, parte de um vinho aromático que, após fermentação de 2 semanas, tem sua graduação alcooólica diminuída por um processo físico.
É interessante a escolha da casta pela Torres: um 100% moscatel romano, da DO Penedés. É uma das castas mais aromáticas e sua utilização parece decorrer do desejo de manter a maior sensação de que se está bebendo um vinho.
Em seu comunicado à imprensa, a Torres informa que seu vinho Natureo é um produto projetado para aqueles que por alguma razão não podem consumir vinho, tais como mulheres grávidas e aqueles que vão dirigir.
O Natureo será vendido por 7 euros (cerca de 18 reais) enquanto que o Altos de la Ermita custará 12 euros (cerca de 31 reais).
Por enquanto, ambas as casas espanholas não têm planos para vender os novos produtos fora da Espanha. Tolinhos, eles não sabem o mercado que estão perdendo por aqui!
O lançamento ocorre poucos meses depois que a vinícola Casa de la Ermita, de Jumilla, apresentou o primeiro vinho de baixa graduação (6,5% de álcool): um tinto chamado de Altos de la Ermita, corte das castas Monastrell, Tempranillo e Petit Verdot.
Ambas são iniciativas que enfrentam a queda de consumo de vinho em bares e restaurantes devida ao medo que o bafômetro vem despertando nos motoristas espanhóis. Lá como cá...
Um dos problemas que os novos produtos vão enfrentar reside no próprio nome de vinho, tendo em vista que a legislação européia exige um mínimo de 9% de álcool (com algumas exceções) para que uma bebida seja assim identificada.
A Casa de la Ermita esclarece que o baixo teor alcoólico de seu produto se deve ao stress hídrico a que submete os vinhedos, explicação que despertou um certo ceticismo. O vinho da Torres, batizado como Natureo, por outro lado, parte de um vinho aromático que, após fermentação de 2 semanas, tem sua graduação alcooólica diminuída por um processo físico.
É interessante a escolha da casta pela Torres: um 100% moscatel romano, da DO Penedés. É uma das castas mais aromáticas e sua utilização parece decorrer do desejo de manter a maior sensação de que se está bebendo um vinho.
Em seu comunicado à imprensa, a Torres informa que seu vinho Natureo é um produto projetado para aqueles que por alguma razão não podem consumir vinho, tais como mulheres grávidas e aqueles que vão dirigir.
O Natureo será vendido por 7 euros (cerca de 18 reais) enquanto que o Altos de la Ermita custará 12 euros (cerca de 31 reais).
Por enquanto, ambas as casas espanholas não têm planos para vender os novos produtos fora da Espanha. Tolinhos, eles não sabem o mercado que estão perdendo por aqui!
13 de ago. de 2008
Promoção La Vigne - Buzin
A Importadora La Vigne, em parceria com os restaurantes Buzin (Icaraí, Itaipu e Búzios), Ativa e Rincão, estará sorteando no final de agosto, uma Adega Tocave de 16 garrafas aos clientes que consumirem uma garrafa de Piedra Negra Lurton, Ampakama Petit Verdot ou Versus Rosé demi-sec.
Vale um cupom por garrafa.
As urnas estão em cada restaurante e a adega está em exposição no Rincão em Itaipu.
8 de ago. de 2008
10 Melhores Rosés
Uma das matérias que mais despertou o interesse dos leitores do EnoEventos, nos últimos meses, foi a reprodução da lista dos 10 Melhores Malbecs argentinos por menos de 25 dólares, organizada pelo The New Your Times.
Portanto, acredito ser também de interesse a relação dos 10 melhores rosés publicada pelo jornal britânico The Daily Telegraph, organizada pelo editor Jonathan Ray.
É claro que desta vez, os vinhos não são tão nossos conhecidos. Eu pessoalmente só conheço o espanhol CVNE (que era da Mistral e agora passou para a Vinci) e o Champagne Taittinger (importado pela Expand, mas não sei se eles trazem o rosé).
Fiquei particularmente interessado no chileno Viajero Cabernet Sauvignon Rosé 2007, que segundo o editor é absurdamente barato! Infelizmente, o Google Brasil não fala nada sobre ele. Se alguém souber de alguma coisa sobre ele ou sobre os outros, por favor deixe um comentário...
Eis a lista completa, com algumas palavras do editor (e notem que os preços são para o mercado inglês e em libras):
2 de ago. de 2008
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